quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ilustraçao Bettie Page :Pixel Art + Pin-up

Ilustração feita há mais de ano inspirada em um desenho meu mesmo da mesma época e na pin-up clássica Bettie Page.

O desenho meu referido é este abaixo:

Esse foi um estudo de grafite mesmo - na época o vício pelo computador já assolava meu dia-a-dia - enquanto que esse desenho da Bettie Page foi um estudo de um estilo bem digital, a Pixel Art (vide a palavra no glossário aqui), já presente há tempos nas mídias digitais desde os primeiros videogames, ou por que não, bem antes com o ponto e cruz, mosaicos, vitrais e azulejos, mas que virou uma certa febre de uns anos pra cá numa dessas ondas de linguagem que parecem novidade (e não o são como nesses exemplos listados), aparecem em videoclips, propagandas, sites, curta-metragens aos borbotões e... somem de novo, voltando às suas origens sendo bebidos com moderação - deixando assim de ter o status de "cool" (???) ou seja lá qual for a terminologia do momento.

Quanto à segunda inspiração, Bettie Page, para os leigos, foi uma Pin-up da década de 50 contemporânea à Marilyn Monroe (que já serviu de inspiração para esse outro post da She-ra aqui), porém ela foi uma das precursoras da Pin-up subversiva.

As pin-ups até então eram poderosas devido à beleza e aos trejeitos que queriam dizer "cuide de mim, gentleman". Normalmente passavam um ar preocupado com superficialidades e materialismo do homem que devia conquistá-la e cuidar delas. "Dondocas" meio interesseiras é verdade, mas lindas. Lindas, vestidas com vestidos de gala ou com uniformes de marinheira ou dona de casa, não importava, o conceito girava em torno disso...repito, até então.

A pin-up apresentada pela Bettie Page (e seus fotógrafos que têm boa parcela de "culpa" na criação da personagem) era poderosa não só pela beleza, mas por estar no comando. Era independente, corajosa e ousada. Além disso, as vestes não eram usuais, eram roupas de couro, chicotinhos, botas, espartilhos e afins. A auto-sátira ao exagero da supervalorização da beleza também apareceu, criando um estilão burlesco e cômico nos trejeitos. Sarro puro. Exagero proposital.

A franja convexa e cheia muito usada até hoje por garotas "estilosas" (usada pela personagem Rachael em Blade Runner por exemplo), o bikini de oncinha, o naturalismo ao se bronzear (leia-se bronzear-se completamente nua pra ficar sem marquinhas de bikini ou maiô), garotas de coturno, e outros tantos hábitos hoje mais comuns passaram e foram impulsionados pela imagem da Bettie Page.

Se ela foi a criadora disso tudo é difícil dizer (até porque é difícil atribuir à criação de algo a alguém com certeza), mas que um site como o SuicideGirls (dê uma googada), ou modelos burlescas como a ex-mulher do Marilyn Manson, Dita Van tease, ou a Masuimi Max e a Ancilla Tillia sofreram influência direta dela isso sofreram...

AH! Sabe aquela garota do seu trabalho tatuada, com piercing, botona de cadarço roxa, que gosta tanto um metal pesado quanto da Pucca e/ou do Snoopy e/ou do Calvin e/ou da Hello Kitty ?

Pois é, também sofreu influência do legado da Page (não que isso seja ruim, pelo contrário)...

;)



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